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Secretaria de Estado da Educação debate diretrizes e políticas públicas para a Educação do Campo e Quilombola no território do Tocantins

Foto: Marcio Flores

Nesta quinta-feira, 16, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) iniciou o Seminário e Conferência de Educação do Campo e Quilombola no auditório da Escola Estadual Professora Elizângela Glória Cardoso, em Palmas. O evento tem como objetivo discutir a elaboração de políticas educacionais para o território do Tocantins, buscando subsídios para a formulação da Política Estadual de Educação do Campo e Quilombola. Essa formulação leva em consideração as realidades e demandas das escolas localizadas em áreas rurais e quilombolas da rede estadual.

 

Participam dos debates e das reflexões gestores escolares, estudantes e representantes dos movimentos sociais do campo e quilombola do Tocantins. Atualmente, a rede estadual do Tocantins conta com 47 escolas do campo e quatro escolas quilombolas, atendendo cerca de 7 mil estudantes. Dentre as unidades do campo, cinco escolas ofertam a Pedagogia da Alternância, quatro dessas são Escolas Família Agrícola e três Escolas Agrícolas que ofertam ensino técnico profissionalizante.

 

O cacique dos povos xerente de Chapada da Natividade e de Natividade, Joaquim Francisco de Melo Filho Xerente, diretor do Colégio Estadual Fulgêncio Nunes, de Chapada da Natividade, participa do seminário e ressalta a importância de discussão das políticas públicas. “É a partir das discussões que vêm as políticas públicas, e digo que vale a pena lutar por isso. Sou exemplo de que para se conseguir os benefícios é preciso lutar por eles”, ressaltou o cacique, que comentou sobre sua conquista em pertencer às comunidades quilombola e xerente.

 

O engenheiro agrônomo, Paulo Henrique Ulisses Moreira, que trabalha na Escola Família Agrícola, de Porto Nacional, viabilizou a participação dos estudantes das 2ª e 3ª séries do Ensino Médio. Para ele, a participação dos estudantes promove as vivências dos estudantes com as discussões das políticas educacionais direcionadas a eles. “A participação dos estudantes permite que eles discutam e acompanhem as políticas públicas, das quais eles próprios são os protagonistas”, destacou.

 

A diretora de Educação dos Povos Originários e Tradicionais da Seduc, Lúcia Flôr Lino, comentou sobre um dos objetivos do evento. “Queremos construir uma proposta específica para a Educação do Campo e Quilombola. É um documento para que nossos estudantes possam ter maior visibilidade, com mais qualidade, na busca por uma educação que transforma. Estamos com vocês, para garantir a participação de todos nessa construção de uma educação com as aspirações dos principais envolvidos”, pontuou.

 

O secretário executivo, Edinho Fernandes, destacou sobre as expectativas da participação de todos no encontro. “Que esse período de discussão seja muito positivo para o crescimento de nossa educação. O trabalho em parceria com a Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT) trará grandes transformações, levando em consideração cada particularidade. Estaremos presentes em cada município, com a finalidade de identificar as necessidades e fazer as intervenções”, ponderou.

 

O professor da UFNT, câmpus de Tocantinópolis, Ubiratan Francisco de Oliveira, proferiu a palestra “Caminho e descaminho da Escola do Campo e Quilombola”. Ele destaca característica do Território do Tocantins. “O território do Tocantins tem perfil de campo, com diversos povos e um extrativismo muito presente. Com essa discussão, percebo muita esperança, no sentido do verbo esperançar, de buscar algo, isso me anima bastante devido ao envolvimento de todos. A educação do campo e quilombola, no contexto histórico, busca a promoção completa de uma materialização do direito fundamental”, concluiu o professor.

 

Por Abrão de Sousa

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