O governo do Tocantins prossegue com o ciclo de reuniões em andamento no Jalapão, com o propósito de engajar ativamente as comunidades locais na elaboração de um projeto voltado para aprimorar os serviços de uso público e visitação nos atrativos turísticos sob responsabilidade do Estado. Nesta quarta-feira, 29, as visitas foram conduzidas nas comunidades quilombolas situadas na região. Pela manhã, o diálogo teve lugar no quilombo Boa Esperança, com a participação também de representantes das comunidades Borá, Mumbuquinha, Capão de Mudesto e Rapadura. À tarde, a reunião ocorreu com os quilombolas na Comunidade do Prata.
A agenda de diálogo é conduzida pela Secretaria de Parcerias e Investimentos do Tocantins (SPI/TO) com apoio do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), da Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais (Sepot), da Secretaria de Turismo (Setur), e da Companhia Imobiliária de Participações, Investimentos e Parcerias (Tocantins Parcerias). Técnicos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Instituto Semeia, instituição que apoia a implementação de parcerias para o desenvolvimento de novos modelos de gestão de áreas protegidas, também acompanham o roteiro de reuniões.
Durante as conversas com as comunidades, o Governo do Tocantins e as entidades parceiras reforçaram que o projeto que se pretende construir com a participação da população jalapoeira é direcionado apenas aos três atrativos que são de responsabilidade do Estado no Jalapão, sendo eles: Serra do Espírito Santo, Dunas, e Cachoeira da Velha/Fazenda Triagro. Lembrando que é considerado como prioridade aquilo que for proposto pelas comunidades em harmonia com as políticas públicas do Estado.
“É nas comunidades quilombolas que estão as pessoas que melhor conhecem o Jalapão, por isso o Governo do Tocantins vem aqui ouvi-los antes de iniciar qualquer projeto. Acreditamos que as contribuições das pessoas que vivem aqui são fundamentais para que a gente construa alternativas de desenvolvimento que possam atender também as expectativas e anseios desses povos”, afirmou o secretário da SPI/TO, Thomas Jefferson.
O diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Naturatins, Dalmir da Silva Jorge, reiterou a importância de ouvir todos os atores envolvidos da região. “O Naturatins é o órgão gestor das unidades de conservação estaduais e que atua há anos diretamente com as comunidades locais e do entorno, temos certeza que a participação do nosso instituto nessa construção coletiva, rica em experiências e vivências, assegura credibilidade e segurança ao projeto, e claro, sempre pensando na conservação do nosso meio ambiente”, destacou o gestor.
Para a quilombola Luzia Passos Ribeiro, presidente da Associação da Comunidade do Prata, a construção coletiva de um projeto destinado ao Jalapão é o início de um novo ciclo. “Agradeço ao governador Wanderlei Barbosa por estar realizando esse diálogo com as comunidades. Ele não deixou de ouvir primeiro as comunidades para dar um pontapé inicial nesse processo”.
O presidente da Associação das Comunidades Quilombolas de Boa Esperança, Borá, Mumbuquinha, Capão de Mudesto e Rapadura, Valter Gomes Batista, também reforçou a participação dos quilombolas como condição para o avanço de qualquer projeto no território do Jalapão. “Apoiamos o projeto e agradecemos a Gestão Estadual por realizar esse trabalho em parceria com a comunidade”.
O roteiro de reuniões com as comunidades quilombolas do Jalapão segue até o dia 2 de dezembro. Ao final da agenda, cerca de 13 quilombos deverão ser ouvidos em seus próprios territórios onde terão espaço para manifestarem seus anseios, receios, dúvidas e sugestões sobre a construção de um projeto que não apenas valorize os serviços nos atrativos turísticos públicos mas que tenha impacto positivo em todo o território.
Por Ana Franco