O Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal (DII) é celebrado em todo dia 19 de maio e visando ressaltar a importância do diagnóstico precoce, bem como a redução do preconceito em torno dos pacientes, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) aderiu a Campanha Maio Roxo, com o objetivo de conscientizar a população.
A DII ocorre geralmente na população entre 15 e 40 anos de idade e depois, em um segundo pico, pessoas com idade entre 60 e 70 anos. Conforme a Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn, cerca de 10 milhões de pessoas ao redor do mundo são afetadas pela doença e a incidência vem aumentando também no Brasil.
Dados do Ministério da Saúde (MS) apontam que no Brasil, nos últimos dez anos, houve uma elevação em números de incidência, sendo dez casos novos para cada 10 mil habitantes por ano, com prevalência de 100 casos para cada 100 mil habitantes. A doença está em ascensão e afetando, principalmente, jovens em idade ativa.
Segundo a médica coloproctologista do Hospital Geral de Palmas (HGP), Vitória Oliveira, “as causas das doenças inflamatórias intestinais ainda são desconhecidas, mas sabemos que elas são multifatoriais. Acredita-se que estejam relacionadas a fatores genéticos, imunológicos, ambientais, alimentação, alteração da flora intestinal, entre outros. É importante ficar atentos a alguns sintomas como diarreia crônica com presença sangue e muco ou pus, com períodos de melhora e piora, associadas a cólicas abdominais, urgência evacuatória, falta de apetite, fadiga e emagrecimento”.
A profissional acrescentou que “como se trata de uma doença autoimune é importante ter o diagnóstico precoce, procurar um médico em caso de suspeita de infecção intestinal, para que ele possa fazer o diagnóstico correto e prescrever o tratamento adequado. O tratamento precoce permite a resposta e a remissão clínica, ou seja, faz com que o paciente controle o processo inflamatório e a doença”.
Diagnóstico
As doenças inflamatórias intestinais acabam sendo de difícil diagnóstico, pois não existem exames específicos para essa função. Primeiramente, o paciente deve contar ao profissional da saúde sobre os sintomas que têm. Depois desta parte clínica, o médico pode direcionar o indivíduo a uma bateria de exames que auxiliam no diagnóstico.
Os principais exames pedidos durante a identificação das DIIs são endoscopia digestiva alta e colonoscopia, de sangue e fezes, tomografia ou ressonância magnética do abdome pode ser necessária.
Tratamento
O tratamento das doenças inflamatórias intestinais pode variar de acordo com o agente causador da infecção, mas geralmente inclui repouso, hidratação, dieta leve e, em alguns casos, medicamentos para aliviar os sintomas como anti-inflamatórios, imunossupressores e biológicos. Em casos mais graves, pode ser necessário o uso de antibióticos e em alguns casos a intervenção cirúrgica pode ser necessária para remover parte do intestino afetado. É importante que os pacientes com DII sejam acompanhados por uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde para melhor gerenciar sua condição e melhorar sua qualidade de vida.
Doença de Crohn
A Doença de Crohn é uma doença inflamatória do trato gastrointestinal. Ela afeta predominantemente a parte inferior do intestino delgado (íleo) e intestino grosso (cólon), mas pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal. É crônica e provavelmente provocada por desregulação do sistema imunológico, ou seja, do sistema de defesa do organismo. Os principais sintomas são dor abdominal, diarreia, sangramento retal e perda de peso.
Texto: SES/TO