Nesta sexta-feira, 2 de agosto, o Governo do Tocantins divulgou um alerta sobre os níveis dos rios no mês de julho. Os dados mostram que os rios se mantiveram acima da cota de “Déficit Hídrico”, registrando níveis nas faixas de cota “Normal” e “Abaixo do Normal”. Esses comportamentos são típicos do período de estiagem, com uma tendência de queda gradual durante o intervalo de seca.
Segundo dados da Rede Hidrometeorológica do Tocantins, a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) apresentou um relatório sobre a situação hídrica. Os registros das Plataformas de Coleta de Dados (PCDs) em pontos estratégicos do Estado mostraram níveis “Normais” nos rios Lontra, Coco, Araguaia e Tocantins, e níveis “Abaixo do Normal” nos rios Sono e Formoso. Não houve registros de níveis na cota “Déficit Hídrico”.
Os indicadores apontam uma redução gradual e constante dos níveis dos rios. Em comparação ao ano passado, os rios Lontra, Coco, Araguaia e Tocantins mantiveram os níveis na faixa de cota “Normal”. No entanto, o rio Sono passou de “Normal” para “Abaixo do Normal”. Além disso, o rio Formoso manteve-se na faixa “Abaixo do Normal”.
A redução dos níveis dos rios no período de estiagem ocorre devido a vários fatores, como o baixo volume de chuva acumulada. Isso pode alterar rotas de navegação e a captação de água para usos múltiplos e consumo humano.
O secretário Marcello Lelis enfatizou a importância desses dados para a criação de estratégias, planejamento e gestão hídrica eficiente. “Esses dados são cruciais, especialmente neste momento de enfrentamento global de mudanças climáticas. No Tocantins, a Semarh desempenha um papel fundamental na divulgação de informações que ajudam a entender e enfrentar os desafios relacionados à disponibilidade hídrica”, afirmou.
O diretor de Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos, Aldo Azevedo, destacou a importância do monitoramento contínuo. “Esse relatório ressalta a importância da gestão eficiente dos recursos hídricos. A Semarh fornece informações que contribuem para a segurança hídrica do Tocantins”, disse.
Rogério Noleto Passos, engenheiro ambiental da Gerência de Hidrometeorologia, destacou a importância dos dados para a gestão dos recursos hídricos. Com a tendência de estiagem para os próximos meses, devemos acompanhar a situação de alerta com atenção. Considerando a previsão de agravamento da severidade da seca, podemos enfrentar déficit hídrico, o que tem implicações importantes, desde a navegabilidade até a captação de água para cultivo de lavouras, dessedentação animal e consumo humano”, afirmou.
Produção de dados
A Semarh, através da Diretoria de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos e sua Gerência de Hidrometeorologia, promove a produção de dados sobre recursos hídricos. Esses dados são coletados por meio de PCDs distribuídas em todo o Estado. A Rede Hidrometeorológica Estadual opera essas plataformas e envia os dados para diversos órgãos e instituições. As informações são disponibilizadas para a sociedade.
Rogério Noleto acrescentou que os dados são coletados a cada 15 minutos e divulgados diariamente no site da Semarh. Esses dados podem subsidiar a tomada de decisões de órgãos ambientais, como o controle de emissão de outorgas e alertas de secas ou cheias.
Conforme o Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), em junho de 2024, os indicadores não apontaram mudanças em relação ao mês anterior. Os impactos permanecem de curto e longo prazo no extremo sudeste e de curto prazo nas demais áreas.
Indicadores
O fenômeno da seca se relaciona com diversos indicadores. Com as mudanças climáticas, o comportamento do período de estiagem pode se acentuar ou retroceder. Geralmente, a seca se inicia entre maio e junho e se encerra entre setembro e outubro, quando as chuvas retornam.
Na Região Norte, houve avanço da seca grave no centro-sul do Amazonas e agravamento da seca no Acre. Por outro lado, houve atenuação da seca no norte do Pará e em Roraima devido às chuvas acima da média em junho.