Uma força-tarefa monitorou os campos de capim-dourado no Parque Estadual do Jalapão (PEJ) neste último final de semana. O Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) conduziu a operação, que visa proteger a colheita da herbácea que ocorre entre 20 de setembro e 30 de novembro. A operação conta com o apoio da Polícia Militar, através do Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA) e Grupo Aéreo (GRAER); Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins; Secretaria de Turismo (Setur); Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais (Sepot); e Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh).
Durante uma visita à comunidade quilombola Mumbuca, o presidente do Naturatins, Renato Jayme, enfatizou a importância da operação. Ele destacou que a operação atende às necessidades das comunidades locais, como os quilombolas, que dependem do extrativismo do capim-dourado para sua subsistência. “Nosso objetivo é fortalecer a fiscalização e trabalhar em conjunto para garantir a coleta sustentável e combater a exploração ilegal. O Jalapão é uma prioridade, o governador Wanderlei Barbosa tem um carinho especial por esta comunidade, e em nossa pauta de trabalho é uma prioridade importante. Vocês aqui também são fiscais e podem denunciar, temos a obrigação de cumprir a lei”, afirmou.
No Tocantins, também há campos de coleta nos municípios da região do Jalapão, como Mateiros, Novo Acordo, Ponte Alta do Tocantins e São Félix do Tocantins. Na região Central, os campos estão em Santa Tereza e Tocantínia. Já na região sudeste, estão em Dianópolis, Rio da Conceição, Novo Jardim e Pindorama.
A prevenção de incêndios e o cumprimento da legislação são as principais prioridades do monitoramento dos campos. Policiais militares, fiscais ambientais, guardas-parques, brigadistas e membros das comunidades locais compõem a força-tarefa. “Atuamos com o emprego de equipes terrestres e monitoramento aéreo com drones com câmeras termais que tem um raio de alcance de 10km”, destacou o sargento do GRAER, Marconi Maia.
Juraci Ribeiro Matos, 58 anos, nasceu e foi criado na comunidade Mumbuca. Ele destaca sua preocupação com a diminuição do capim-dourado em vários lugares. Juraci elogia a parceria entre a comunidade e os órgãos públicos para preservar os campos. “Toda nossa preocupação é a gente ficar sem esse capim, com atravessadores arrancando antes do tempo, fogo antes do tempo. Agora, com as autoridades junto com a gente, estamos vendo que isso tudo vai ser resolvido. A comunidade está junto com a lei, para coibir esses crimes”, declarou.
Para garantir a legalidade da coleta e transporte do capim-dourado e buriti, é necessário obter a licença específica. Eles prorrogaram o prazo para solicitar ou renovar essa licença até 10 de agosto. A falta de licença pode acarretar penalidades, como multas e apreensão do material.
A legislação proíbe o transporte de hastes de capim-dourado in natura para fora do Tocantins. Para coibir essa prática, qualquer pessoa pode denunciar crimes ambientais anonimamente. A Linha Verde 0800 063 11 55 ou o Zap Linha Verde (63) 99106-7787 recebem as denúncias.